sexta-feira, 7 de abril de 2017

Audrey Hepburn

Há exatos 55 anos, no dia 5 de outubro de 1961, chegava aos cinemas um dos filmes mais icônicos da cultura pop: Bonequinha de Luxo. O longa deu status de clássico ao conto homônimo de Truman Capote e elevou sua atriz principal ao nível mais alto de Hollywood. O vestido preto Givenchy usado por Audrey Hepburn é até hoje uma das peças de roupa mais lendárias do cinema e seu look é copiado à exaustão em toda e qualquer festa à fantasia.
Audrey virou ícone de moda e beleza, sempre comparada à Marilyn Monroe, cuja marca registrada era o sex appeal. Marilyn entrou para a história como mulher fatal e Audrey como símbolo de requinte e elegância. Para variar, roupas e atributos físicos são as características que definem as mulheres desde sempre, o que é apenas lamentável. Ambas foram bem mais do que meras embaixadoras da beleza!Em se tratando de Audrey, seu currículo é muito mais amplo do que as caras, bocas e silhueta esguia de Holly Golightly. Ela foi uma atriz formidável, indicada ao Oscar cinco vezes, inclusive por Bonequinha de Luxo, diga-se de passagem. Aliás, anos antes de estrelar seu filme mais icônico, ela já exibia um Oscar na prateleira de casa, pelo trabalho em A Princesa e o Plebeu (1953). E Audrey tinha apenas 24 anos na época!
Como se não fosse o bastante, ao longo da carreira ela também venceu o Globo de Ouro, o Emmy, o Tony e o Grammy. Até hoje, apenas 17 artistas conseguiram conquistar todos esses prêmios somados – e ela foi a quinta pessoa a entrar nessa seleta lista.Só que muito antes disso, a atriz chegou a passar fome na Europa, onde viveu durante longos anos. Filha de mãe holandesa e pai britânico, Audrey nasceu na Bélgica e viu de perto os horrores da Segunda Guerra. Ela morava na Holanda com a mãe em 1942 e ambas precisaram se mudar para Londres por conta dos conflitos. As duas não tinham dinheiro nem para comer.
A desnutrição na adolescência fragilizou seu corpo para sempre. Anos depois, mesmo dedicando-se intensamente ao balé, ela nunca conseguiu realizar o sonho de dançar profissionalmente. As memórias da guerra também marcaram Audrey pelo resto da vida. Em 1991, revelou em uma entrevista que se lembrava com detalhes dos trens lotados de judeus que eram levados aos campos de concentração. Perto de casa, ela também podia ouvir os judeus sendo torturados. “Eu passava em frente a um grande prédio que foi transformado em prisão e os sons mais horríveis vinham lá de dentro”.
Hulton Archive / Getty ImagesCuriosamente, depois de alcançar o sucesso absoluto, ela decidiu abdicar do glamour de Hollywood para voltar à Europa e levar uma vida mais modesta. Após divorciar-se do primeiro marido, o ator americano Mel Ferrer, ela apaixonou-se pelo psiquiatra italiano Andrea Dotti e foi morar em Roma. Seu filho caçula, Luca Dotti, chegou a escrever um livro intitulado Audrey Mia Madre, revelando a vida doméstica da atriz. Ele conta que a mãe amava cozinhar, fazia questão de realizar tarefas da casa e ia pessoalmente busca-lo na escola. “Muitas vezes, ela ficava sem graça quando lhe davam privilégios no açougue”